terça-feira, 30 de outubro de 2007

AVALIAÇÃO DO RESULTADO DA DISCIPLINA

Caros Amigos,
Com louvor chegamos a mais um final de disciplina, a batalha foi vencida, porém a guerra na busca pelo conhecimento continua, pois nossos objetivos são atingidos batalha a batalha. Este, sem dúvida, é algo prazeroso, haja vista que buscamos ao longo do curso, com dedicação e compromisso o conhecimento daquilo que julgamos importante para nosso crescimento intelectual e profissional. Não podemos deixar de comentar sobre os meritos que pertecem, com merecimento, a nossa querida Professora Elizabeth, que ao longo do curso procurou-nos orientarmos, quanto ao conteúdo e postura de um professor, em sala de aula, bem como no seu dia-a-dia. Sabermos que sua experiência foi fundamental para o bom desempenho na condução de uma turma totalmente heterogênia, com uma diversidade de profissões e personalidades diferentes, onde o desejo pelo conhecimento reuniu de forma amigável todos que ali esteve. A coesão da turma foi algo que me chamou a atenção, pois até mesmo para mim, que sempre me via saindo mais cedo das aulas, fui levado a ficar até o final, pois o assunto era sempre interessante e nos despertava o desejo em conhecer o resultodo a cada final de aula.
Quero neste texto expressar meus sentimentos quanto às minhas expectativas esternadas aos colegas no nosso primeiro dia de aula. Conforme foi declarado por todos, eu também não poderia deixar de dizer que minhas expectativas eram as melhores, ou seja, aprender algo que pudesse somar ao pouco conhecimento que já havia adquirido ao longo de minha vida educacionale profissional. Contudo, atendendo ao pedido da nossa querida professora, em uma unica palavra declarei que complemento seria a minha avaliação ao final do curso. Vejo que seria leviano de minha parte afirmar que complemento representaria todo o conteudo absorvido ao longo de todo tempo que estivemos juntos. Mas, de fato a quantidade de experiências, textos e vivências obtidas de todos me completou, dentro de um contexto esperado, não poderia exigir muito mais, pois o tempo é sempre um inibidor de resultados melhores. Cabe ressaltar que o conhecimento não esta restrito ao que foi repassado em sala de aula, mas de tudo que podemos aprender de todos e em todos, das coisa que julgados necessário em nossa vida. Gostaria de parabenizar a todos e principalmente a professora por tudo que pude aprender com todos ao logo deste periodo.
Que Deus abençoe a todos, e conceda sucesso em suas carreiras.
Hélio Siva

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Capes divulga avaliação de cursos de mestrado e doutorado


O Ministério da Educação (MEC) apresentou hoje, 10/10, os resultados da Avaliação Trienal 2007 de cursos de mestrado e doutorado, realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A análise de desempenho de qualidade é relativa ao período 2004-2006.Foram avaliados 2.266 programas de pós-graduação de um total de 3.409 cursos - 2.070 de mestrado acadêmico, 1.182 de doutorado e 157 de mestrado profissional. A produção científica dos cursos, a formação de mestres e doutores e o impacto social dos programas oferecidos pelas instituições são os pontos investigados. Confira o resultado aqui. A avaliação gera notas de 1 a 7. Os cursos com notas 1 e 2 são descredenciados pela Capes. As notas 6 e 7 são atribuídas a cursos com desempenho equivalente ao dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa. A nota 5, para cursos com alto nível de desempenho - é o o maior conceito admitido para programas que ofereçam apenas mestrado. A nota 4, para bom desempenho e a 3, para o padrão mínimo de qualidade.
Outros detalhes no site da Capes.
Matéria Extraida - Veja on-line
10/10/2007 - Da redação

FRASE DO DIA

"Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade."
Eclesiastes 12:10

INFORMAÇÃO EM SAÚDE

ENXAQUECA ATINGE UM EM CADA CINCO BRASILEIROS

A Sociedade Brasileira de Cefaléia mostra que as dores de cabeça intensas que caracterizam a enxaqueca chegam a afetar cerca de 20% das mulheres e entre 5% e 10% dos homens. Em crianças, as crises acontecem em escala menor e atingem 5% da população na faixa de 0 a 15 anos. De cada quatro pessoas prejudicadas pelo mal, uma delas apresenta, em média, quatro crises por mês – metade tem forte intensidade e resulta em faltas ao trabalho.
Outro dado alarmante é que apenas 5% das pessoas que necessitam de medicamentos preventivos fazem uso deles, porque simplesmente desconhecem o tratamento. A maioria dos pacientes trata apenas a crise, por meio do uso de analgésicos para conter a dor. No entanto, essa prática pode causar dependência e se tornar o vilão da história, já que a pessoa pode acabar desenvolvendo as cefaléias crônicas diária, que é de muito mais difícil tratamento do que a enxaqueca.
No tratamento preventivo são usados medicamentos – que não são analgésicos – de uso prolongado e que diminuem a freqüência e a intensidade da dor. O tratamento preventivo funciona à base de medicamentos usados para outras doenças, só que em doses diferenciadas. O objetivo é regular o nível de neurotransmissores como a serotonina, cujo desequilíbrio acarreta a enxaqueca.
Além do tratamento preventivo existe o abortivo, que, segundo especialistas, tem a função de interromper a dor de cabeça, ou seja, os medicamentos atuam diretamente na dor que já existe.
A enxaqueca não mata, mas causa perda na qualidade de vida. A crise mais característica desse tipo de cefaléia é facilmente identificada pela dor que envolve metade da cabeça, piora com atividade física e normalmente vem acompanhada de náuseas, vômitos e desconforto com a exposição à luz e som alto. O mal-estar pode durar até 72 horas. Além disso, um outro conjunto de sintomas neurológicos, chamado de “aura”, costuma preceder o quadro. A aura pode se apresentar na forma de flashes de luz, falhas no campo visual ou imagens brilhantes.
Para evitar o mal-estar, há quem implemente métodos próprios de alívio da dor. Entre eles, a colocação de compressas de gelo sobre a cabeça ou repouso. Apesar de ser de causa incerta, acredita-se que a origem da enxaqueca seja multifatorial. O fator genético ainda é amplamente discutido por especialistas.
SEROTONINA - A ciência tem mostrado que a serotonina, cujo papel é transmitir impulsos nervosos de uma célula cerebral para outra, pode desencadear determinadas respostas nestas células. As respostas podem surtir efeito nas crises de enxaqueca. A idéia teve início quando se descobriu que a quantidade de serotonina na urina de um doente crescia com freqüência durante a crise. Também foi notado, que ao verificar-se aumento dos níveis de serotonina na urina, o nível no sangue caía. A partir daí surgiu a teoria de que as cefaléias podem estar associadas à diminuição da quantidade de serotonina que chega ao cérebro.
FATORES DE RISCO: estresse; sono prolongado; jejum; traumas cranianos; ingestão de certos alimentos como chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas; privação da cafeína, durante o fim de semana, nos indivíduos que consomem grandes quantidades de café durante a semana; uso de medicamentos vasodilatadores; exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas; mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes; alterações climáticas; exercícios intensos; e queda dos níveis hormonais que ocorre antes da menstruação.
PREVENÇÃO: evitar o acúmulo de trabalho no escritório e o estresse de levar trabalho para casa; evitar estender o sono além do horário usual de acordar; evitar fadiga excessiva; fazer as refeições em horários regulares e não “pular” refeições; eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises; reduzir a ingestão de café e chá; evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica; evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes; e evitar exercícios em dias muito quentes.

Fonte:
http://www.sbce.med.br (Sociedade Brasileira de Cefaléia)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

FRASE DO DIA

Caros Amigos da Didática,
Como frase do dia escolhi este pequeno texto do livro que acabamos de ler. De tudo que aprendemos e pomos em prática na nossa vida, é importante que declaremos isso como uma afirmação.
"Não sendo superior nem inferior a outra prática‘profissional, a minha, que é a prática docente, exige de mim um alto nível de responsabilidade ética de que a minha própria capacitação científica faz parte."

Texto extraaido do Livro "Pedagogia da Autonomia"

Primeiras Palavras
A questão da formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativoprogressivaem favor da autonomia do ser dos educandos é a temática central em tornode que gira este texto. Temática a que se incorpora a análise de saberes fundamentaisàquela prática e aos quais espero que o leitor crítico acrescente alguns que me tenhamescapado ou cuja importância não tenha percebido.Devo esclarecer aos prováveis leitores e leitoras o seguinte: na medida mesma emque esta vem sendo uma temática sempre presente às minhas preocupações de educador,alguns dos aspectos aqui discutidos não têm sido estranhos a análises feitas em livrosmeus anteriores. Não creio, porém, que a retomada de problemas entre um livro e outroe no corpo de um mesmo livro enfade o leitor. Sobretudo quando a retomada do temanão é pura repetição do que já foi dito. No meu caso pessoal retomar um assunto outema tem que ver principalmente com a marca oral de minha escrita. Mas tem que vertambém com a relevância que o tema de que falo e a que volto tem no conjunto deobjetos a que direciono minha curiosidade.Tem que ver também com a relação que certa matéria tem com outras que vêmemergindo no desenvolvimento de minha reflexão. É neste sentido, por exemplo, queme aproximo de novo da questão da inconclusão do ser humano, de sua inserção numpermanente movimento de procura, que rediscuto a curiosidade ingênua e a crítica,virando epistemológica. É nesse sentido que reinsisto em que formar é muito mais doque puramente treinar o educando no desempenho de destrezas, e por que não dizertambém da quase obstinação com que falo de meu interesse por tudo o que diz respeitoaos homens e às mulheres, assunto de que saio e a que volto com o gosto de quem a elese dá pela primeira vez. Daí a crítica permanentemente presente em mim à malvadezneoliberal, ao cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e àutopia.Daí o tom de raiva, legítima raiva, que envolve o meu discurso quando me refiro àsinjustiças a que são submetidos os esfarrapados do mundo. Daí o meu nenhum interessede, não importa que ordem, assumir um ar de observador imparcial, objetivo, seguro,dos fatos e dos acontecimentos. Em tempo algum pude ser um observador“acinzentadamente” imparcial, o que, porém, jamais me afastou de uma posiçãorigorosamente ética. Quem observa o faz de um certo ponto de vista, o que não situa oobservador em erro. O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, masabsolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que arazão ética nem sempre esteja com ele.O meu ponto de vista é o dos “condenados da Terra”, o dos excluídos. Não aceito,porem, em nome de nada, ações terroristas, pois que delas resultam a morte de inocentese a insegurança de seres humanos. O terrorismo nega o que venho chamando de éticauniversal do ser humano. Estou com os árabes na luta por seus direitos mas não pudeaceitar a malvadez do ato terrorista nas Olimpíadas de Munique.Gostaria, por outro lado, de sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, anossa responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa docente. Sublinhar estaresponsabilidade igualmente àquelas e àqueles que se acham em formação para exercela.Este pequeno livro se encontra cortado ou permeado em sua totalidade pelo sentidoda necessária eticidade que conota expressivamente a natureza da pratica educativa,enquanto prática formadora. Educadores e educandos não podemos, na verdade, escaparà rigorosidade ética. Mas, é preciso deixar claro que a ética de que falo não é a éticamenor, restrita, do mercado, que se curva obediente aos interesses do lucro. Em nívelinternacional começa a aparecer uma tendência em acertar os reflexos cruciais da “novaordem mundial”, como naturais e inevitáveis. Num encontro internacional de ONGs, umdos expositores afirmou estar ouvindo com certa freqüência em países do PrimeiroMundo a idéia de que crianças do Terceiro Mundo, acometidas por doenças comodiarréia aguda, não deveriam ser salvas, pois tal recurso só prolongaria uma vida jádestinada à miséria e ao sofrimento. Não falo, obviamente, desta ética. Falo, pelocontrário, da ética universal do ser humano. Da ética que condena o cinismo do discursocitado acima, que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, quecondena acusar por ouvir dizer, afirmar que alguém falou A sabendo que foi dito B,falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e autopia, prometer sabendo que não cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente,falar mal dos outros pelo gosto de falar mal. A ética de que falo é a que se sabe traída enegada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita dapureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestaçãodiscriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética inseparável da prática,jovens ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de por ela lutar é vive-laem nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles.Na maneira como lidamos com os conteúdos que ensinamos, no modo como citamosautores de cuja obra discordamos ou com cuja obra concordamos. Não podemos basearnossa crítica a um autor na leitura feita por cima de uma ou outra de suas obras. Piorainda, tendo lido apenas a crítica de quem só leu a contracapa de um de seus livros.Posso não aceitar a concepção pedagógica desde ou daquela autora e devo inclusiveexpor aos alunos as razoes por que me oponho a ela mas, o que não posso, na minhacrítica, é mentir. É dizer inverdades em torno deles. O preparo científico do professor ouda professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquerdescompasso entre aquela e esta. Formação científica, correção ética, respeito aosoutros, coerência, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia comrelação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez são obrigações a cujo cumprimentodevemos humilde mas perseverantemente nos dedicar.É não só interessante mas profundamente importante que os estudantes percebam asdiferenças de compreensão dos fatos, as posições às vezes antagônicas entre professoresna apreciação dos problemas e no equacionamento de soluções. Mas é fundamental quepercebam o respeito e a lealdade com que um professor analisa e critica as posturas dosoutros.De quando em vez, ao longo deste texto, volto a este tema. É que me achoabsolutamente convencido da natureza ética da prática educativa, enquanto práticaespecificamente humana. É que, por outro lado, nos achamos, ao nível do mundo e nãoapenas do Brasil, de tal maneira submetidos ao comando da malvadez da ética domercado, que me parece ser pouco tudo o que façamos na defesa e na prática da éticauniversal do ser humano. Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, dadecisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não serassumindo-nos como sujeitos éticos. Neste sentido, a transgressão dos princípios éticosé uma possibilidade mas não é uma virtude. Não podemos aceita-la.Não é possível ao sujeito ético viver sem estar permanentemente exposto átransgressão da ética. Uma de nossas brigas na História, por isso mesmo, é exatamenteesta: fazer tudo o que possamos e favor da eticidade, sem cair no moralismo hipócrita,ao gosto reconhecidamente farisaico. Mas, faz parte igualmente desta luta pela eticidaderecusar, com segurança, as críticas que vêem na defesa da ética, precisamente aexpressão daquele moralismo criticado. Em mim, a defesa da ética jamais significou suadistorção ou negação.Quando, porém, falo da ética universal do ser humano estou falando da éticaenquanto marca da natureza humana, enquanto algo absolutamente indispensável àconvivência humana. Ao faze-lo estou advertindo das possíveis críticas que, infiéis ameu pensamento, me apontarão como ingênuo e idealista. Na verdade, falo da éticauniversal do ser humano da mesma forma como falo de sua vocação ontológica para oser mais, como falo de sua natureza constituindo-se social e historicamente não comoum “a priori” da Historia. A natureza que a ontologia cuida se gesta socialmente naHistoria. É uma natureza em processo de estar sendo com algumas conotaçõesfundamentais sem as quais não teria sido possível reconhecer a própria presençahumana no mundo como algo original e singular. Quer dizer, mais do que um ser nomundo, o ser humano se tornou uma Presença no mundo, com o mundo e com osoutros. Presença que, reconhecendo a outra presença como um “não-eu” se reconhececomo “si própria”. Presença que se pensa a si mesma, que se sabe presença, queintervém, que transforma, que fala do que faz mas também do que sonha, que constata,compara, avalia, valora, que decide, que rompe. E é no domínio da decisão, daavaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da ética e seimpõe a responsabilidade. A ética se torna inevitável e sua transgressão possível é umdesvalor, jamais uma virtude.Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo nãosignificasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença.Como presença consciente no mundo não posso escapar à responsabilidade ética no meumover-me no mundo. Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou declasse, sou irresponsável pelo que faço no mover-me no mundo e se careço deresponsabilidade não posso falar em ética. Isto não significa negar os condicionamentosgenéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somosseres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo depossibilidade e não de determinismo, que o futuro, permita-se-me reiterar, éproblemático e não inexorável.Devo enfatizar também que este é um livro esperançoso, um livro otimista, mas nãoingenuamente construído de otimismo falso e de esperança vã. As pessoas, porém,inclusive de esquerda, para quem o futuro perdeu sua problematicidade – o futuro é umdado dado – dirão que ele é mais um devaneio de sonhador inveterado.Não tenho raiva de quem assim pensa. Lamento apenas sua posição: a de quemperdeu seu endereço na História.A ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso neoliberal anda solta nomundo. Com ares de pós-modernidade, insiste em convencer-nos de que nada podemoscontra a realidade social que, de história e cultural, passa a ser ou a virar “quasenatural”. Frases como “a realidade é assim mesmo, que podemos fazer?” ou “odesemprego no mundo é uma fatalidade do fim do século” expressam bem o fatalismodesta ideologia e sua indiscutível vontade imobilizadora. Do ponto de vista de talideologia, só há uma saída para a prática educativa: adaptar o educando a esta realidadeque não pode ser mudada. O de que se precisa, por isso mesmo, é o treino técnicoindispensável à adaptação do educando, à sua sobrevivência. O livro com que volto aosleitores é um decisivo não a esta ideologia que nos nega e amesquinha como gente.De uma coisa, qualquer texto necessita: que o leitor ou leitora a ele se entregue deforma crítica, crescentemente curiosa. É isto o que este texto espera de você, que acaboude ler estas “Primeiras Palavras”.
Paulo Freire
São Paulo
Setembro de 1996