segunda-feira, 15 de outubro de 2007

INFORMAÇÃO EM SAÚDE

ENXAQUECA ATINGE UM EM CADA CINCO BRASILEIROS

A Sociedade Brasileira de Cefaléia mostra que as dores de cabeça intensas que caracterizam a enxaqueca chegam a afetar cerca de 20% das mulheres e entre 5% e 10% dos homens. Em crianças, as crises acontecem em escala menor e atingem 5% da população na faixa de 0 a 15 anos. De cada quatro pessoas prejudicadas pelo mal, uma delas apresenta, em média, quatro crises por mês – metade tem forte intensidade e resulta em faltas ao trabalho.
Outro dado alarmante é que apenas 5% das pessoas que necessitam de medicamentos preventivos fazem uso deles, porque simplesmente desconhecem o tratamento. A maioria dos pacientes trata apenas a crise, por meio do uso de analgésicos para conter a dor. No entanto, essa prática pode causar dependência e se tornar o vilão da história, já que a pessoa pode acabar desenvolvendo as cefaléias crônicas diária, que é de muito mais difícil tratamento do que a enxaqueca.
No tratamento preventivo são usados medicamentos – que não são analgésicos – de uso prolongado e que diminuem a freqüência e a intensidade da dor. O tratamento preventivo funciona à base de medicamentos usados para outras doenças, só que em doses diferenciadas. O objetivo é regular o nível de neurotransmissores como a serotonina, cujo desequilíbrio acarreta a enxaqueca.
Além do tratamento preventivo existe o abortivo, que, segundo especialistas, tem a função de interromper a dor de cabeça, ou seja, os medicamentos atuam diretamente na dor que já existe.
A enxaqueca não mata, mas causa perda na qualidade de vida. A crise mais característica desse tipo de cefaléia é facilmente identificada pela dor que envolve metade da cabeça, piora com atividade física e normalmente vem acompanhada de náuseas, vômitos e desconforto com a exposição à luz e som alto. O mal-estar pode durar até 72 horas. Além disso, um outro conjunto de sintomas neurológicos, chamado de “aura”, costuma preceder o quadro. A aura pode se apresentar na forma de flashes de luz, falhas no campo visual ou imagens brilhantes.
Para evitar o mal-estar, há quem implemente métodos próprios de alívio da dor. Entre eles, a colocação de compressas de gelo sobre a cabeça ou repouso. Apesar de ser de causa incerta, acredita-se que a origem da enxaqueca seja multifatorial. O fator genético ainda é amplamente discutido por especialistas.
SEROTONINA - A ciência tem mostrado que a serotonina, cujo papel é transmitir impulsos nervosos de uma célula cerebral para outra, pode desencadear determinadas respostas nestas células. As respostas podem surtir efeito nas crises de enxaqueca. A idéia teve início quando se descobriu que a quantidade de serotonina na urina de um doente crescia com freqüência durante a crise. Também foi notado, que ao verificar-se aumento dos níveis de serotonina na urina, o nível no sangue caía. A partir daí surgiu a teoria de que as cefaléias podem estar associadas à diminuição da quantidade de serotonina que chega ao cérebro.
FATORES DE RISCO: estresse; sono prolongado; jejum; traumas cranianos; ingestão de certos alimentos como chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas; privação da cafeína, durante o fim de semana, nos indivíduos que consomem grandes quantidades de café durante a semana; uso de medicamentos vasodilatadores; exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas; mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes; alterações climáticas; exercícios intensos; e queda dos níveis hormonais que ocorre antes da menstruação.
PREVENÇÃO: evitar o acúmulo de trabalho no escritório e o estresse de levar trabalho para casa; evitar estender o sono além do horário usual de acordar; evitar fadiga excessiva; fazer as refeições em horários regulares e não “pular” refeições; eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises; reduzir a ingestão de café e chá; evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica; evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes; e evitar exercícios em dias muito quentes.

Fonte:
http://www.sbce.med.br (Sociedade Brasileira de Cefaléia)

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